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Dia 2 (Arcos de La Frontera -> Chefchaouen)


Hoje acordámos com uma vontade enorme de viajar e finalmente alcançar Marrocos. O primeiro destino do dia seria o porto de Algeciras.

Saímos já passavam 30 minutos da hora prevista e receámos não conseguir apanhar o ferry das 12h em direção a Tânger Med. E como estava uma manhã bem ventosa, não arriscamos e rolamos sempre a uma velocidade bastante moderada.


Como nunca tinhámos estado antes em Algeciras e temendo uma enorme confusão, pensamos que já não fossemos apanhar o ferry das 12h, mas sim o das 15h. Mas para minha admiração, o porto estava bastante calmo e conseguímos comprar calmamente o bihete.


Como já tinha pesquisado os preços na net, dirigi-me logo ao balcão da companhia FRS, que eram os que tinham o preço mais barato online e como me pediram o mesmo, nem fui procurar outros preços.


Bilhete comprado, dirigimo-nos para o local de partida, faltando apenas 5 minutos para as 12h.

Atrasados já uns 15 minutos lá nos chamaram para subir a bordo do ferry e deixar a moto no lugar que indicaram. Pediram-me para colocar a moto no descanso central, ainda torci o nariz, mas de nada valeu.

A travessia decorreu tranquilamente, dando para preencher os papeis obrigatórios de entrada e carimbar os passaportes.

Quando saímos, pediram-nos novamente os passaportes e a carta verde. Documento este, que não tinhámos ainda preenchido, pois ninguém nos indicou a bordo do ferry. Mas também não foi nenhum problema pois muito prontamente e simpaticamente ajudaram-me a preenche-lo até que chegou um rapaz com uns bolos e foram todos os guardas a correr para o escritório comer.


Perguntei se estava tudo, recebi um "sim" e quando me preparava para arrancar chamaram-me e disseram-me para esperar. Lá fiquei uns bons 20 minutos à espera que acabassem de comer para virem entregar-me o papel de autorização de entrada no país e me deixarem finalmente prosseguir.


Papeladas tratadas toca a arrancar. O porto é enorme e novo, tendo bons acessos, não parecendo que já estavamos em Marrocos. Mas isso dura apenas uns quilómetros, até decidirmos prosseguir para Chefchaouen pela estrada nacional.


Sempre a respeitar os limites de velocidade, começo a aperceber-me que por cá afinal o povo não respeita assim tanto a sinalização nem as velocidades mencionadas. Os condutores dos camiões, mais parecem que estão a conduzir bicicletas, pois é sempre a abrir e pouco se importam com quem vem de frente.


Na estrada de montanha é tudo e todos a ultrapassar em qualquer lugar, seja numa curva sem visibilidade, tenha traço contínuo, metem-se na mesma, até se o da frente ameaça ultrapassar, assistimos a carros a virem na direção oposta a terem que parar...enfim, o verdadeiro "texas", mas que nos manteve muito entretidos e a pensar como era isto possível.


Apanhamos um pequeno susto, pois numa parte em que a estrada ficou sem alcatrão meti a roda da frente num buraco e a parte do cárter bateu com alguma intensidade no chão. Parei mais a frente para verificar se tinha danificado algo, mas felizmente não passou de um susto.


Depois como estava bastante calor e vinha com a viseira aberta entrou-me uma vespa no capacete que me picou na testa e lá tive que parar novamente mais uns minutos para recuperar da picada.


Após todas estas peripécias lá chegamos à bela cidade azul, por uma estrada bastante íngreme, tentando chegar ao hotel. Aqui reparo que este fica no meio da medina e não consigo prosseguir de mota até lá. Começam logo várias pessoas a rodearem-nos e a dizer que nos levam lá, mas que a mota não podia passar, tendo que a deixar num parque fora da medina.


Resisto a um, resisto a outro e tento orientar-me através do gps para alcançar o hotel. Mas sem sucesso desisto e acabo por aceitar a ajuda de um homem.


Lá me diz que a mota não pode ir, mas que a posso deixar num parque com um "guarda" a noite toda. Leva-me ao hotel, ajuda-me a levar as coisas e diz-me depois que o melhor é deixar a mota no parque fechado. Pergunto-lhe o preço e diz-me que seria 2€ à hora...disse-lhe logo que estava louco e que não pagaria isso.


Enquanto arrumava as coisas no hotel o homem esperou à porta e já sabia que não me livraria dele sem lhe pagar algo.

Antes fui ter com o guarda do parque e negociei o preço com ele, dando-lhe 1,5€ e prometendo-lhe mais se amanhã a mota estivesse direitinha.

Lá fui com o Mohamed (quase que adivinhava o nome sem lhe perguntar) à caixa de multibanco e fomos conversando um pouco. Tinha 38 anos, tinha nascido ali e vivia praticamente à custa dos turistas e vendendo um "haxe" por fora. Pede-me então 10€ por me ter ajudado, o que recusei de imediato e disse-lhe que apenas lhe dava 2,5€. Não aceitou, mas também não me largou e após uns largos minutos lá tive que lhe dar 5€ para se ir embora.

Depois de tudo isto lá tivemos um tempo para visitar a bonita medina da cidade azul, que vive praticamente do turismo e deambular pelas suas ruas, cheias de cor, vida, muita vida, cheia de pessoas e crianças, gatos, muitos cheiros, não parecendo dormir, foi uma experiência bastante enriquecedora.

Deu também já para provar a comida típica marroquina e até agora adorei, os temperos são divinais e os seus bolos também. Não podemos andar mesmo pelas ruas com fome que apetece comer tudo.

À vinda para o hotel passei pelo parque onde está a mota que supostamente teria um "guarda de parque" toda a noite, mas nada nem ninguém. Pelo menos estava lá a NC a descansar e recuperar para mais um dia.

O primeiro dia em Marrocos não podia ter começado melhor, já estando em modo on e pronto para mias um dia. A evitar são hotéis no interior da medina e que dizem ter parque e o melhor quando se necessitar da ajuda de alguém é negociar logo o preço antes de ir com ele. Coisa que já tinha lido na net mas que não apliquei, pois depois de uma longa viagem nem sempre conseguímos pensar em tudo.

Amanhã prosseguimos viagem em direção a Fez e ainda não sabemos se passamos por Méknes, pois aqui o trânsito é caótico e tudo vai depender de como rolarmos ao longo do dia.


Estatísticas do dia:


Distância (km): 287,46 (incluíndo o ferry)

Tempo total (hh:mm): 9:40

Tempo de locomoção (hh:mm): 07:11


Abastecimentos: 1

Custo combustível (€): 13,11

Litros: 10,67

Média C.B. L/100km: 3,9


Ferry (€): 185,40 (duas pessoas ida e volta + moto)


Alimentação (€): 18,30


Dormida (€): 25


Gorgetas(€): 6,5 (Mohamed+estacionamento)


Total (€): 248,31


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