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Picos de Europa'17

Já há muito que o desejo de visitar os Picos de Europa estavam na nossa mente, mas também já há muito que este destino tinha vindo a ser adiado sucessivamente, até este momento...finalmente visitamos os Picos de Europa.


Se inicialmente estava previsto realizarmos esta viagem aos comandos da NC, por fim resolvemos mudar de transporte e levarmos connosco a Cacau, a nossa cadelita airedale terrier, para um longo passeio.


Assim, foi hora de deixar a japonesa em casa e fazer-nos acompanhar de um belo japonês Toyota C-HR híbrido, confortável e com bastante espaço para podermos levar desta vez tudo o que queríamos.


Dia 1 (Amarante > Alfândega da Fé > Miranda do Douro > Leon)


Neste primeiro dia, saindo de Amarante com bastante tempo, decidimos rumar aos Picos pelo caminho mais longo, aproveitando também para conhecer um pouco mais a região de Trás-os-Montes.

Assim, a primeira paragem desta viagem seria Alfândega da Fé, local onde aproveitaríamos para almoçar e dar um pequeno passeio por esta pequena vila transmontana. Vila arranjadinha, mas deserta de gentes, dando para passearmos pelas suas ruelas de forma solitária.


De barriga cheia, estava na hora de prosseguir em direção a Miranda do Douro. Sendo o meu pai natural de Vimioso, já aqui tinha estado há bastantes anos e fiquei surpreendido com a mudança da cidade.


Muito bem arranjada, bastante voltada para o turista, cheia de bares e restaurantes prontos a receber-nos com os mais famosos pratos da região e denota-se a preocupação em mostrar aos turistas as suas mais fiéis tradições.


Deu para aqui adquirir uma famosa navalha de Palaçoulo, que nos viria a ser bastante útil para a restante viagem, com uma lâmina bastante afiada.


Acabaríamos neste dia por chegar ao final da tarde a Leon, ainda a tempo de poder dar uma voltinha pela cidade, que gostamos bastante, cheia de pessoas a passearem-se pelo parque junto ao rio Bernesga, aproveitando os últimos raios de sol.

A caminho do albergue passamos ainda pela Catedral de Leon, um dos pontos de interesse do Caminho de Santiago que, ao entardecer não permitiu grandes fotos, mas deu para apreciar na mesma esta bela obra de arquitectura gótica...muito bonita!

Dia 2 (Leon > Riaño > Puerto de San Glorio > Potes > Portilla de la Reina)

No segundo dia abandonamos Leon bem cedinho para seguirmos em direção aos Picos de Europa.

A primeira paragem deste dia seria Riano, município que serve quase como porta de entrada aos Picos.

Se em Leon o tempo estava aberto, ao aproximarmos-nos das montanhas as nuvens já se faziam notar bem ao longe. Nenhuma surpresa, pois sabíamos de antemão que por aqui o tempo é incerto e pode esta nublado ou solarengo a qualquer momento...por aqui a sorte terá mesmo que estar do nosso lado.

Mas em Riaño o céu estava bastante nublado, dando no entanto para tirar umas fotos dramáticas na enorme albufeira, que não se apresentava tão cheia como acreditamos que possa estar noutras alturas do ano.

De seguida fomos em direção a Puerto de San Glorio, para de lá subirmos até ao afamado Collado de Llesba. A partir daqui já começamos a sentir o que são realmente os Picos de Europa e deixamos-nos envolver por este magnífico aglomerado rochoso.

Acabamos por comer qualquer coisa por aqui, sempre com a companhia de umas vacas que por lá também degustavam umas ervas frescas e acabamos por descer até ao Mirador del Corzo.

Visitamos o agradável município de Potes, que de certa forma nos surpreendeu pela sua arquitectura característica de montanha, ao estilo dos Alpes, com muitos turistas....e muitos motociclistas.

De Potes fomos até Fuente Dé, última paragem reservada para este dia. Como estava bastante nublado, mal deu para vermos até onde iam os teleféricos e não subimos porque estávamos com a Cacau. No entanto a experiência de subir aquela montanha deverá valer a pena e deve dar para sentir uns formigueiros na barriga.

Acabamos por regressar pelo mesmo caminho, desta vez para ir dormir a um vilarejo chamado Portilla de la Reina, em que às 18h o termómetro apresentava já uma temperatura de 4º.


Por este frio não estávamos nada à espera, sorte a nossa que dali a pouco o albergue acabaria por acender os aquecedores...bem vindo à Cantábria, dizia-nos o anfitrião.


Dia 3 (Portilla de la Reina > Caín de Valdeón > Ruta del Cares > Posada de Valdéon > Riano > Portilla de la Reina)

No terceiro dia desta viagem estava reservada a caminhada pela Ruta del Cares, até porque a meterologia prevista para este dia, reserva excelentes condições para a prática desta atividade.

Saímos assim, da pensão em direção a Caín de Valdeón, local onde supostamente termina a Ruta del Cares iniciada de Poncebos e que queríamos fazer o trajecto até meio caminho, pensando em fazer depois o restante trajeto começando de Poncebos. Mas que depois de conversar com o anfitrião do nosso hotel acabamos por desistir da ideia porque disse-nos que a melhor parte do trajeto era mesmo a de Caín e que se o objetivo não fosse caminhar mas sim conhecer, não valeria a pena iniciar o mesmo depois em Poncebos. Assim acabamos por fazer.

Para quem queira fazer o caminho tanto pode iniciar em Poncebos como em Caín, existindo em ambos os locais algum estacionamento disponível, mas atenção em Caín, que alguns parques são privados e podem cobrar-vos até 3€.

O caminho tem uma extensão de 12km e pelo que observamos os caminhantes vinham de Poncebos, chegados a Caín acabavam por aqui comer qualquer coisa e descansar, para depois reiniciarem a caminhada de volta a Poncebos.

Vimos que era também possível contratar um serviço de transporte que vos pode ir buscar a Caín e levar-vos depois de volta ao vosso automóvel a Poncebos.

Quanto ao trajeto gostamos muito de fazer parte dele e é realmente muito bonito, tendo pelo menos a parte que fizemos um nível de dificuldade baixo, fácil para a maioria das pessoas, que apenas podem ficar mais sensíveis à altura caso tenham vertigens. Para mais informações cliquem aqui.

De regresso a Caín depois de termos feito cerca de 13 km de caminhada, decidimos voltar a Portilla de la Reina por Posada de Valdéon e novamente por Riaño, para levantar-mos dinheiro numa caixa ATM, uma vez que nesta zona, a maior parte dos locais não aceitam pagamentos com cartão por não haver rede disponível em grande parte dos locais.


Dia 4 (Portilla de la Reina > Riaño > Cangas de Onís > Covadonga)

Com a meteorologia a nosso favor, algo que devemos considerar sempre como um imprevisto nesta região, resolvemos ir visitar os lagos de Covadonga, pois no dia seguinte as previsões davam um tempo pior.

De Riaño a caminho de Cangas de Onís atravessamos o Desfiladero de los Beyos, cruzando a N-625 ao ritmo de umas belas curvas, convidando a viajar por aqui em duas rodas.

De Cangas de Onís a Covadonga é uma curta viagem e a estrada que nos leva daqui até aos lagos é impressionante, com uma bela inclinação e bonitas vistas.

Chegados ao topo existem vários estacionamentos onde podemos deixar o nosso veículo tranquilamente e depois caminhar por este belo local e aproveitar ao máximo as belas paisagens que temos.


De volta a Cangas de Onís tempo ainda para uma curta paragem em Covadonga, para ver o famoso Santuário de Covadonga, santuário que se encontra numa gruta do Monte Auseva e visitar a Basílica de Covadonga.

Se até aqui tínhamos andado tranquilos pela Cantábria, nesta zona das Astúrias notamos bem a diferença da afluência dos turistas em massa.

Por fim acabaríamos por pernoitar em Cangas de Onís.


Dia 5 (Cangas de Onís > Tresviso > Sotres > Poncebos > Las Arenas > Cangas de Onís)

Quinto dia e acordávamos com uma manhã cinzenta a ameaçar chuva, meteorologia já aguardada, no dia em que queríamos conhecer um pouco mais o interior dos Picos...Assim fomos em direção à remota aldeia de Tresviso.

Se até Las Arenas a estrada já foi entusiasmante em alguns locais, o pico deste entusiasmos dá-se já bem próximo de Poncebos, prosseguindo em direção a Sotres, onde atingimos o auge com as belas curvas desta estrada.

Vão com certeza adorar estas estradas e as suas vistas deslumbrantes.


De regresso paramos junto ao funicular de Bulnes para saber se poderíamos subir com a cacau, mas depois de vermos os preços desistimos imediatamente e como já era um pouco tarde, não daria para fazer aquilo que inicialmente pensamos, subir até Bulnes de funicular, para depois descermos pelo trilho. Mas como o tempo e a meteorologia não ajudava desistimos da ideia e resolvemos subir até Carmameña para daqui conseguirmos avistar bem lá ao longe Bulnes.

Subir a Camameña é também uma experiência vertiginosa (recomendo), mais ainda a quem como nós não subir até Bulnes de funicular.

De regresso voltamos a passar por Las Arenas, para desta vez aqui parar e comprar alguns queijos e cidras.

Pelo que vimos, quanto aos preços das coisas por aqui e em Cangas de Onís os valores não variam muito, podendo num sítio ou outro apenas poupar uns 0,50€ a 1€.


Já em Cangas acabamos também nos por degustar um chorizo a la sidra, acompanhado por cidra bem fresca e comer uma fabada asturiana.

Nesta zona não esperem preços muito baixos, pois nota-se que aqui tudo está voltado para o turista e os preços das refeições por pessoa normalmente iniciam-se nos 10€.


Dia 6 (Cangas de Onís > Ribadesella > Lastres > Gijón > Cudillero > Oviedo > Amarante)

Para este dia não tínhamos nada definido e decidimos aceitar as sugestões do anfitrião do hotel de Portilla que nos tinha falado de Lastres e Cudilerro como os vilarejos mais típicos das Astúrias e assim resolvemos conhecer estes locais que, sinceramente, nunca tínhamos ouvido falar antes.

Resolvemos sair de Cangas de Onís em direção a Ribadesella, mas sinceramente este local não vale a passagem, o melhor é ir direto para Lastres que aí sim vão poder visitar um local muito bonito.

Com as suas ruas todas muito bem arranjadas e coloridas com as suas flores as janelas das casas.

Adoramos este local e recomendamos a visita, mesmo porque a distancia de Cangas até aqui não é muita e faz-se rápido por boas estradas. Daqui seguimos para Cudilerro passando por Gijón.

Cudilerro comparando-a com Lastres, ambas vilas piscatórias, é mais pequena que a última mas na nossa opinião mais acolhedora. Com as suas casas encavalitadas umas nas outras e as suas estreitas ruelas, é um sítio magico e convidativo para nos perdermos entre elas.

Mais um local que nunca tínhamos ouvido falar e recomendamos também.


No regresso ressalvo apenas para uma estrada que atravessamos e nos maravilhou, isto para fugir às portagens existentes a meio da A-66 Oviedo-Leon, saindo pela N-630...e que estrada magnífica esta! Depois chegados a Leon voltam ma apanhar a A-66 gratuitamente.

No final dos seis dias percorremos cerca de 1674km, gastando pouco mais de 400€, valor acima do esperado, mas os Picos não são um local propriamente barato sou sincero, a massificação turística que por la se avista obriga preços mais altos, mas com algumas estratégias conseguimos fazer a festa por valores mais baixos, não deixando de contemplar esta magnífica obra da natureza.


Para quem como nós já visitou os Alpes talvez não fique tão impressionado com esta região, confesso que as nossas expectativas eram muito altas...mas aqui bem ao nosso lado é sem dúvida um excelente local para visitar pelo menos uma vez na vida, principalmente se gostarem de caminhadas ou de desfrutar uma belas curvas na vossa mota.

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