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Dia 3 (Chefchaouen -> Meknès -> Fez)


No segundo dia em Marrocos e ainda a habituar-mos à sua cultura e hábitos, fomos hoje visitar duas das suas cidade imperiais, Meknès e Fez.

Acordámos bem cedo, pois ainda queríamos tirar algumas fotos da bela cidade de Chefchaoeun e não sair muito tarde para conseguir visitar ainda Meknès, antes de pernoitar em Fez.

Depois de um pequeno passeio matinal, lá fomos ao hotel buscar as coisas para ir arrumar tudo na moto. Ao chegar ao local onde a tinhámos deixado, reparei que não estava no sítio onde a tinha deixado, mas sim uns metros mais à frente.

Como a tinha deixado com a direção trancada não sei como a conseguiram transportar até lá, mas também preferi não perguntar. Ao chegar junto à moto lá veio ter o tal "guarda" junto de nós e dizer que ninguém tinha tocado na moto e que estava ali para poderem passar uns carros.


Arrancámos em direção a Meknès temendo encontrar o mesmo trânsito do dia anterior....mas hoje tudo estava mais calmo e as estradas estavam também em melhores condições.


Muitos polícias encontram-se sempre, ou quase sempre, com a sua "pistola" de controlo de velocidade à entrada ou à saída das cidades, felizmente quase sempre me apercebi da sua presença e numa das vezes, como vi um carro parado (já a ser multado) abrandei, estando eles escondidos entre arbustos.

Apanhei também já vários sinais de abrandamento e de stop no meio da estrada, em que paro sempre, à espera do sinal de avanço dos polícias. Até agora ainda não me mandaram parar.


Antes de chegar a Meknès parei numas bombas que não tinha gasolina, já na reserva prossegui uns bons quilómetros até encontrar umas outras, praticamente no meio do nada, parecendo quase um oásis.


Abastecemos, fomos ao WC e sentamo-nos um pouco. Aparece logo alguém do bar a perguntar se queríamos algo e perguntei se dava para comer qualquer coisa. Foram logo lá dentro buscar um cordeiro e penduram-no à nossa frente e perguntaram o que queríamos. Disse que apenas algo no pão e rápido.


Não sei se perceberam, mas ficamos quase 45 minutos à espera das sandes, mas valeu todo o tempo de espera, pois preparam-nos um petisco fenomenal. Trouxeram ainda salada, chá e ficaram ali todos a olhar para nós, a comer sem talheres, mas deliciados. Foi um verdadeiro achado este e a um bom preço, tendo-nos pedido cerca de 8€, mas lá acharam que estavam a abusar no preço e ainda nos vieram dar mais troco. Aqui deu para sentir o verdadeiro povo marroquino, não olhando apenas ao lucro e tentar enganar os turistas. Sei que nos levaram um preço mais alto, mas acreditem que em Portugal, por menos de 12€ não nos serviam assim.


Chegados a Meknès apercebemo-nos logo de uma realidade diferente, sendo uma cidade bem maior do que aquelas que tinhamos visto até aqui e com um movimento bem maior. Chegar ao centro não foi difícil, tal como chegar até aqui, pois a sinalização na estrada é bastante boa dispensando mesmo o gps.


Lá paramos num parque de estacionamento e tivemos que negociar o preço, pedi ainda para guardar os capacetes e nem me preocupei em guardar nada, nem meter cadeados nas malas. Bem negociado lá ficou o preço em cerca de 1€ e lá me indicaram o que haveria de visitar no pouco tempo que tinha.

Fomos dar um passeio pela medina e visitar a Porta monumental de Bab Mansour. A sua medina é enorme e bastante diferente daquela de Chefchaouen, gostando mais da primeira, sinceramente. Mas nesta encontram-se coisas que não pensaríamos encontrar e a cada passo uma surpresa surge. Sabe mesmo bem andar por aqui perdido.


Já saímos daqui ao final da tarde e deu para sentir o tráfego da cidade até à sua saída. Depois como devem estar a ocorrer eleições regionais, ou algo do género, há sempre inúmeras manifestações de apoio aos partidos, tendo hoje visto até pessoas em cima dos tejadilhos dos carros, como vemos às vezes nos filmes, mesmo em frente da polícia e em plena via pública...vale tudo por aqui. Já para não falar da moda de andarem de mota com o capacete de "engenheiro", mas voltado para trás.


A chegar a Fez, ainda não tinhámos entrado e já vinham "Mohamed's" a acompanhar-nos nas suas lambretas e a abordar-nos. Um perguntou-me em que hotel ia ficar e disse-me que ali não poderia guardar a mota na garagem e sugeriu-me ir para outro sítio. Disse-lhe que primeiro ia ao hotel confirmar esta situação e depois logo decidia. Infelizmente veio a confirmar-se esta situação e hoje terei que deixar novamente a NC a dormir na rua.


Banho tomado e ainda com alguma luz solar, toca a sair do hotel e conhecer a medina. Mais parecida com a medina de Meknès, o pouco que vimos deu para perceber que é também caótica e enorme. Lá fomos novamente várias vezes abordados e lá apareceu um jovem a oferecer-nos para nos levar a um bom restaurante. Disse-lhe logo que não pagaria nada, mas mesmo assim insistiu em nos levar lá.


Lá nos deixou no local, mas antes de nos sentar-mos negociamos o preço, conseguindo um valor abaixo da metade daquilo que inicialmente nos propuseram. E ainda bem que ali ficamos, o Restaurante chama-se "Skaya" e faz umas "tajines" divinais. Amanhã já acordei com o simpático rapaz e vamos lá jantar novamente pelo mesmo valor, cerca de 10€.


Tudo corria bem até que...quando saímos e tentávamos sair da medina, aparece um rapaz a dizer-nos que a saída não era por ali e que nos iria ajudar. Tinha um aspeto manhoso, mas deixamo-nos ir, mais por minha culpa, que normalmente sigo todo o tipo de pessoas. Mas quando vejo que nos levava por uns sítios esquisitos, bem escuros e com um cheiro a "haxe", paro e digo-lhe que não iríamos prosseguir. Lá me diz que mais à frente é o caminho principal e nos deixa lá. Quando aqui chegámos pede-me logo uns trocos. Digo-lhe que não e que me enganou, pois andámos ali à volta para ir ter ao mesmo sítio quase. Lá continuou sempre a insistir no mesmo e lá tive que lhe dar cerca de 0,20€ para se por a andar e ir comprar o seu "haxe".


Resumindo, começamos a interiorizar esta nova cultura e até já nos apetece viver como árabes ficando largas horas sentados no café a olhar para quem passa sem nos preocupar-nos com nada. A vida deles não parece ser nada stressante e sinceramente ainda não consegui compreender de que vivem a maior parte das pessoas. Existem os comerciantes, os prestadores de serviços, os artesãos, os guias e falsos guias, os "guardas" dos parques, os polícias, os pastores...mas...e as outras pessoas, com que viverão? Lá descobrirei isso mais para a frente com certeza.


Amanhã o dia será passado por Fez e dedicado à sua exploração, conseguindo assim descansar um pouco.


Estatísticas do dia:


Distância (km): 267,27

Tempo total (hh:mm): 10:10

Tempo de locomoção (hh:mm): 06:04


Abastecimentos: 1

Custo combustível (€): 10,50

Litros: 10,57

Média C.B. L/100km: 3,0 (sim foi mesmo este o consumo indicado)


Alimentação (€): 23,50


Dormida (€): 27


Gorgetas(€): 1,20 (Mohamed 2+estacionamento)


Total (€): 62,20


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