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Dia 7 (Merzouga -> Boumalne Dadès)

Hoje acodámos bem cedinho e bastante entusiasmados com o nascer do sol. Mas para ter uma vista priveligiada faltáva-nos ainda subir uma enorme duna. Aguardamos pelo outro casal e partimos juntos.

Começamos a subir a duna, com a ajuda de uma corda que já lá estava colocada e o esforço mesmo assim, foi grande. Como ainda não nos estávamos a sentir a 100% decidimos ficar por ali, acima da metade da duna, enquanto o outro casal conseguiu prosseguir.

Ali já sentados, ficamos a olhar então para a fronteira argelina, porque a qualquer momento o sol iria nascer. Eram já perto das 7h quando o avistamos pela primeira vez, lá bem ao fundo subindo lentamente.

Avistamos da duna, os berberes lá em baixo já aterefados a colocar tudo para o pequeno almoço e decidimos então descer. Comemos algo, arrumamos as mochilas e partimos para mais uma viagem de dromedário.

Chegados ao hotel foi tomar um banho e arrumar tudo para sairmos, já com o pensamento na pista e em como iríamos fazer novamente o caminho sem stressar muito.

Tudo arrumado na moto, lá seguímos para a "temida" pista. Esta não seria nada de extraordinário se seguissemos a bordo de uma trail a sério e com uma boa suspensão, pois o problema desta pista, apesar da gravilha solta, dos pedregulhos e da alguma areia, eram mesmo os regos enormes que esta tinha, não me deixando prosseguir a mais de 30km/h e sempre a trepidar muito.


Aqui notou-se bem a limitação da NC e da sua suspenção, não conseguindo absorver este piso, mais ainda carregada. A meio notamos que a top case ia a fazer um barulho estranho. Parámos e reparamos que os parafusos tinham caído. À frente, olhei para um dos faróis auxiliares e este já vinha pendurado junto à roda, pois um dos parafusos tinha mesmo partido com a trepidação.


Faltavam ainda uns quilómetros para alcançar a tão desejada nacional e tinhámos que arranjar uma solução para prender a top case. Esta passou por a prender com uns esticadores que tinha trazido e umas abraçadeiras plásticas.


Chegados à nacional fomos logo em direção a Rissani, para tentar solucionar o nosso problema. Mal vi uma pequena loja de lavagem parei e perguntei ao rapaz se me conseguia ajudar a arranjar ali uns parafusos e que se conseguisse, também queria que me lavasse a mota.


Lá tentamos tirar o suporte da top case para ver que tipo de parafusos precisávamos e lá foi ele de bicicleta não sei aonde arranjar uns. Passado uns minutos lá vinha ele todo sorridente com uns, ainda melhores do que os de origem.


Este povo é mesmo fantático, sempre pronto a ajudar, sempre pronto a agradar e sempre muito humilde.


Lá lhe dei cerca de 10€ e penso que ficou contente, assim como eu fiquei pois resolveu-me o problema para prosseguir a viagem descansado.


Tudo resolvido lá fomos nós em direção às Gargantas do Todra deixando o deserto para trás e voltando a avistar o Atlas. E como é bom voltar a ver o Atlas, montanhas capazes de nos oferecer paisagens fantásticas ao longo de toda a estrada.

Seguímos pela estrada norte em direção a Tinghir com um calor insuportável, exigindo inúmeras pausas para beber água, mas passando por vilarejos, que acredito que, quem visitar Marrocos e tiver oportunidade de passar por eles, vai-se apaixonar. São lugares pobres é certo, mas não sei como, transparecem sempre uma enorme alegria, uma calma enorme, havendo sempre algo que nos desperta a atenção e nos faz conversar durante vários quilómetros acerca disso.

Chegados a Tinghir ficamos maravilhados com esta cidade, parecendo um oásis rodeada por um palmeiral.

Daqui seguimos para as Gargantas do Todra e continuamos a ficar maravilhados com a paisagem, sempre com o Atlas como pano de fundo.

Como começava a anoitecer e hoje não tinhámos marcado nada, resolvemos voltar à estrada e procurar algo em Boumalne Dadès. Chegados à cidade avistamos um hotel um pouco antes de descer para a praça central que parecia ter uma bela vista e fui perguntar o preço.


Entro, falo com o recepcionista e este diz-me que tem quartos disponíveis por cerca de 25€. Penso para mim, o preço está dentro dos limites que desejo dar, mas porque não tentar negociar. Ofereço-lhe 20€, o qual aceita, ainda me oferecendo o hall do hotel para colocar a NC e o pequeno almoço no dia seguinte no terraço.


Maravilha, sem ter marcado nada consegui um dos melhores hotéis até agora e com direito finalmente a uma garagem para a NC...já merecia.


Depois de hoje visitarmos as Gargantas do Todra, amanhã é dia de visitar as Gargantas do Dades e a sua estrada mítica, para depois tentar encontrar um hotel em Ouarzazate e prosseguir até ao Vale do Draa sem tanto peso.


Estatísticas do dia:


Distância (km): 298,88

Tempo total (hh:mm): 10:20

Tempo de locomoção (hh:mm): 06:21


Abastecimentos: 1

Custo combustível (€): 9,6

Litros: 9,46

Média C.B. L/100km: 3,2


Alimentação (€): 14,50


Dormida (€): 20


Manutenção (€): 10


Total (€): 54,10


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